CORONA VIRUS
Corona, Corona,
Ó Corona vírus,
Tu feres e matas
Sem disparar tiros.
Corona, Corona,
Coroa de espinhos,
Grinalda de cobras,
Colar de azevinhos,
Por ti já fechei
A porta aos vizinhos,
Reneguei a mãe,
Cri nos adivinhos.
Por ti já navego
Num rio sem ter foz.
De gelo? De lava?
De pessoas sós?
Corona, essa coroa
Fez-te imperador
Do medo, da fome,
Da raiva, da dor.
Mas dizes com lata
Que és um democrata:
Pois agora vais
Mostrar que os homens
São todos iguais.
Nasceu em Lisboa. Licenciada em Filologia Germânica, iniciou a sua carreira com um livro de poesia, mas dedica-se especialmente à literatura infantojuvenil como autora, estudiosa, divulgadora, tendo publicado mais de 180 obras. Recusou, por motivos políticos, o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho em 1973, pelo seu primeiro livro para crianças. Foi galardoada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1986, com o prémio pelo Melhor Texto de Literatura para Crianças do Biénio e mais tarde com o prémio pelo conjunto da obra. Foi nomeada como representante de Portugal para diversos prémios internacionais.
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